segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

70? Década do Divino Maravilhoso doc. musical




Um convite a felicidade! 
Essa é a mais verdadeira impressão que se tem ao assistir 70? Década do Divino Maravilhoso doc. musical.

Com um formato que privilegia a música e com pouco texto, o espetáculo não só consegue apresentar dez anos, difíceis no âmbito político no Brasil, pois vivíamos a ditadura e a década de 70 foi um período de incertezas (por isso a interrogação no nome do espetáculo), em que tudo era perigoso, mas o divino maravilhoso nasceu aqui e mundo afora, pois na música vimos o surgimento de artistas ávidos por mudanças e também a consagração de mestres, tais como Cartola.

Através de depoimentos, fotografias, vídeos, o espectador vê desfilar em ordem cronológica todos os acontecimentos mais importantes no Brasil e no mundo, embalados por mais de 250 canções nacionais e internacionais. Diga-se de passagem, um trabalho excepcional de pesquisa e seleção do roteirista, dramaturgo e pesquisador Marcos Nauer, além do surpreendente videografismo de Thiago Stauffer.

Fruto do trabalho do idealizador, produtor e diretor geral Frederico Reder a concepção do espetáculo, fazendo a divisão dos anos 1970 a 1976 e 1977 a 1979 como se fossem lado A e B do vinil, além de criativa tem muita funcionalidade, pois ao deixar para o segundo ato as tão esperadas Frenéticas a encenação alcança o ápice. A direção consegue extrair muita emoção ao criar atmosferas românticas, cômicas, cenas de força e resistência e com perfeição apresenta o ¨boom¨ de movimentos musicais como o tropicalismo, o reggae, o punk, a black music só para citar alguns e claro, a explosão da disco music. Como afirmou o diretor: ¨ A música é a grande protagonista¨.

A direção musical de Jules Vandystadt produziu arranjos maravilhosos, próprios, trazendo inclusive nova leitura como nas canções  ¨Gita¨ de Raul Seixas e ¨Explode Coração¨ de Gonzaguinha, dentre outras. Em um espetáculo em que a música conduz o espectador, imprescindível destacar o trabalho do maestro Vagner Mayer. Pode-se dizer que existe uma qualidade musical impecável.

O elenco é bem afinado, demonstrando entrosamento. Não é fácil atuar em um espetáculo em que o texto não é o protagonista e sim as canções. Então, o que se vê é muito fôlego, mas acima de tudo talento. Destacam-se no elenco Tauã Delmiro e Rodrigo Naice, principalmente nas cenas cômicas, bem como Erika Affonso, Debora Pinheiro, Pedro Roldan, Leo Araujo, Amanda Döring e Camila Braunna.

A Coreografia de Carla Costa é calcada em referências da época, mas vai além. É possível identificar passos  vistos em ¨Os Embalos de Sábado à Noite¨ ou em ¨Mamma Mia¨, mas esses servem apenas como base para maior desenvolvimento. Um dos pontos altos da coreografia é o momento em que a cortina está abaixada e deixa ao público ver somente os pés dos atores dançando.

Caixas de som, um enorme vinil que gira no palco e até orelhões surgem como cenário, assinado por Thiago Stauffer. No entanto, sente-se a ausência de mais objetos cênicos que remetam ao período. Ao contrário, isso não ocorre com o figurino de Bruno Perlatto, pois toda a década está presente nas viseiras de praia, nas meias lurex e muito bem retratada nos trajes dos artistas como os Novos Baianos, Dzi Croquettes, Gloria Gaynor, Donna Summer, dentre tantos outros. Enfim, um trabalho mais que perfeito!

Quando começa o segundo ato, surgem as Frenéticas Sandra Pêra, Leiloca Neves e Dhu Moraes. É um privilégio! Cada uma fala um pouco de si e começa a apoteose! Cantam muito, dançam e encantam. Sandra Pêra , muito carismástica atrai todas as atenções. Leiloca chega com toda irreverência ,além de forte personalidade em seu texto e Dhu Moraes arrasa com seu olhar penetrante e sua linda voz. As três, remanescentes de um grupo de mulheres que abriu as asas e soltou as feras, fazem todo mundo cair na gandaia e entrar na festa! No fim do espetáculo, a plateia sobe ao palco para dançar e cantar junto ao elenco. Vira uma celebração!  Quando você se dá conta, percebe que a tal da felicidade bateu a sua porta.




Serviço Theatro Net Rio – Sala Tereza Rachel. Rua Siqueira Campos, 143 – Sobreloja – Copacabana. (Shopping Cidade Copacabana).

Temporada: Até 24 de fevereiro.
Horário: Quinta e sexta-feira às 20h30 / Sábado às 17h e 21h / Domingo às 18h.
Classificação: 14 anos.
Duração: 150 minutos.

Ingresso: Quinta e sexta-feira R$ 160,00 (plateia e frisas) R$ 120,00 (balcão) R$ 45,00 (balcão) / Sábado R$ 220,00 (plateia e frisas) R$ 180,00 (balcão) R$ 45,00 (balcão) / Domingo R$ 200,00 (plateia e frisas) R$ 160,00 (balcão) R$ 45,00 (balcão com visão parcial)
Direito à meia entrada e descontos: http://www.theatronetrio.com.br/pt-br/bilheteria.html Capacidade do Teatro: 649 lugares.
Telefone do teatro: 21 2147 8060 / 2148 8060
Vendas pela internet: www.ingressorapido.com.br ou pelo aplicativo do Ingresso Rápido. Vendas pelo telefone: Informações e compra Ingresso Rápido - (11) 4003 – 1212
Atendimento pós venda Ingresso Rápido - (11) 4003 – 2051






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