Sete vidas tenho para viver
Sete chances tenho para vencer...
Essa letra traduz bem o sentimento que se tem ao conhecer
mais a fundo essa artista excepcional.
Alguém que não
sucumbiu mesmo quando a vida disse tantas vezes não.
O texto de Vinícius Calderoni traça a trajetória dessa diva
da música brasileira. Composto por frases marcantes e inesquecíveis.
Não poderiam faltar as frases bombásticas da própria Elza. O texto consegue
sintetizar, mas sem superficialidade, cada passagem. Desde a extrema pobreza ao
estrelato, família, filhos, turnês, o célebre romance com Garrincha e as duras
perdas de quem muitas vezes caiu e se levantou. O texto não recorre a passagens
de tempo ou intercala passado e futuro. Ao contrário, o espectador acompanha
desde o nascimento até o momento atual de Elza Soares. Talvez tenham faltado
mais cenas sobre seu novo trabalho. Pode-se dizer com toda certeza que o texto
atinge seu objetivo, veio do interior da garganta de Elza.
A direção de Duda Maia utiliza praticamente dois elementos
cênicos: baldes ou latas d’agua e módulos que passeiam pelo palco como um balé
em que as atrizes se fundem em uma só Elza. Uma das primeiras frases que se
ouve é ¨Lata d’agua na cabeça, Lá vai a Elza, lá vai a Elza... “. Essas latas
são utilizadas de múltiplas formas compondo cenário e objetos cênicos tais como
as botas de um primeiro marido violento, como um louva-Deus, como um nível mais
alto para destacar quem está fazendo seu solo e assim por diante. A direção de
ator exalta o canto, a expressão corporal e as marcantes interpretações.
Criativa e funcional, a direção é um dos pontos altos do espetáculo.
Sete Vidas tenho para viver. Sete chances tenho para
vencer...Sete atrizes e intérpretes que brilham, cada qual com o gestual da
personagem e com a sua força. Excepcionais Janamô, Júlia Dias, Késsia Estácio,
Khrystal, Laís Lacôrte, Verônica Bonfim e a atriz convidada Larissa Luz. Existe
um entrosamento muito grande entre elas e mesmo quando não são o centro da cena
estão ali cada qual com a sua Elza! É interessante observar tantos detalhes de
composição e todas são excepcionais em seus solos. Não há, porém, como deixar
de destacar Larissa Luz. Ela é dotada de um timbre muito parecido com o da
homenageada e não só isso, a rouquidão, o tempo da respiração, o tipo físico
criam a mágica que faz o espectador pensar muitas vezes que está diante da
própria Elza Soares.
A direção musical de Pedro Luís é igualmente
extraordinária. Uma banda de mulheres que tocam muito!!! A seleção dessas musicistas foi fundamental para o
resultado! E somos ricamente brindados com sons de trompete,
sanfona, gaita, pandeiro, programações, só para dar alguns exemplos da
multiplicidade e excelência desse trabalho. Isso sem falar na sintonia das
diferentes vozes. O único momento do espetáculo que não empolga é
justamente quando Elza pensou em desistir, na década de 80, e através de
Caetano Veloso com a música ¨Língua ¨ retomou sua carreira. A música, talvez
devido ao arranjo, perdeu sua força.
O cenário de André Cortez com os objetos cênicos formados
por latas ou baldes, módulos que deslizam pelo palco e também por uma
enorme placa de metal ao fundo de onde saem som e luz demonstram que com
poucos elementos é possível alçar um grande voo.
Os figurinos de Kika Lopes e Rocio Moure começam com malhas
básicas como a dizer que o início foi difícil e depois com o estrelato novas
cores em vestidos leves e soltos e brilhos contam muito bem a história e
passagem do tempo.
A iluminação de Renato Machado também traz sua contribuição
irretocável ao espetáculo. Utilizando, inclusive, as latas como refletores.
Criatividade e perfeita atmosfera.
Resistência, luta, personalidade marcante, talento a perder
de vista são características expressas de maneira natural no espetáculo. Muita
emoção surge com a música ¨A carne ¨. Nesse momento, toda a plateia em cena
aberta levanta e aplaude intensamente.
Afinal, Elza Soares é uma Negra Gata!
Local: Teatro Riachuelo Rio - Rua do Passeio, 40 - Cinelândia - Rio de Janeiro/RJ
Data: 19 de jul a 30 de set
Classificação: 14 anos
Data: 19 de jul a 30 de set
Classificação: 14 anos
Horários: Quintas: 19h – Sextas e Sábados: 20h – Domingos: 18h
Vendas: http://bit.ly/MusicalElzaNoTeatroRiachueloRio
Vendas: http://bit.ly/MusicalElzaNoTeatroRiachueloRio

Perfeita a critica e assino embaixo. Vi e me encantei com tudo neste maravilhoso espetáculo, vale cada momento. Parabéns pelo blog, vou ficar ligado aqui.
ResponderExcluirAdorei a crítica, acho que o espetáculo está muito bem avaliado. Parabéns pela iniciativa de colocar no ar um canal de divulgação como esse. Obrigada!
ResponderExcluirAdorei Elza! E sua crítica está excelente, chamou a atenção à detalhes que eu não havia percebido.Parabéns pelo blog! Sucesso!
ResponderExcluirGrata por todos os comentários!
ResponderExcluirParabéns pelo blog, continue nos presenteando com suas criticas tão pertinentes!fiquei animada, quero ver Elza!
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