segunda-feira, 25 de outubro de 2021

A Menina Akili E Seu Tambor Falante, O Musical

A mãe África e toda a contribuição que deu ao resto do mundo através da música, da dança, da força contida na religiosidade, além da resistência de seu povo aos maus tratos recebidos é fonte inesgotável de inspiração.

O espetáculo através de uma menina e seu tambor falante, traz de maneira leve e divertida valores como o respeito à ancestralidade e acentua o empoderamento tão necessário. A título de curiosidade, estudos indicam que o homem, em sua origem, pela região em que habitava era preto, todos eram pretos e somente através das migrações e condições climáticas diversas foram embranquecendo, então partindo deste princípio, a origem de todos os povos é preta.


“A menina Akili e seu tambor falante, o musical”, roteirizado e protagonizado pela atriz Verônica Bonfim, tem direção de Rodrigo França e Valéria Monã na co-direção.


O texto, extraído do livro homônimo lançado em 2016 pela Editora Nandyala Livros, apresenta-nos Akili, uma criança que no dia de seu aniversário se deparou com a missão de se tornar Griote, uma contadora de histórias, guardiã da tradição oral do seu povo e juntamente com seu tambor falante Aláfia, vive aventuras até chegar ao que procura. O texto é rico em referências africanas, revelando uma cultura formada por extrema musicalidade, pluralidade e religiosidade. Um texto que desperta interesse em cada passagem, muito bem construído, com uma linguagem que atinge o coração das crianças e também de adultos. O tambor Aláfia, tocado por uma mulher, pontua a partida e a chegada da trajetória da menina e simboliza a vontade da mulher de estar onde bem quiser, inclusive tocando tambor.


A direção optou por colocar aparentes as instrumentistas, que também interpretam, em cena. A concepção é muito clara dada a importância delas para o desenvolvimento do espetáculo , mas por outro lado, em relação às cenas da menina Akili há pouco espaço no palco. A direção traz marcas criativas, explorando a expressão corporal, bem como criando as atmosferas adequadas.


As músicas são solares como é a própria menina. Excelente a direção musical de Cláudia Elizeu e co-direção do Grupo Dembaia. Há referências da capoeira, do maracatu, instrumentos como o pau de chuva, tambor, pandeiro, tudo harmonioso e envolvente.


A interpretação de Verônica Bonfim é cheia de vida, é carismática, sua Akili é uma criança encantadora, alegre, brilhante. Ótima atuação que opta por buscar o interior da personagem e não fazer uma construção de fora para dentro o que poderia acarretar um estereótipo, mas ao contrário, a atriz concebeu sua personagem conferindo qualidade vocal, corporal e emocional. Um trabalho admirável. É importante o destaque para a personagem aranha, com humor e expressão corporal perfeita, a atuação é um ponto positivo do espetáculo.


A iluminação do meio para o fim do espetáculo traz as cores necessárias à riqueza da história. Através dela poderia ter sido resolvida a questão do pouco espaço às cenas no palco.


O espetáculo cabe no coração de todos, pois aquece a cada um de nós, devolvendo o brilho da vida através da pureza e calor humano.

SERVIÇO:

ESTREIA

Local: https://www.youtube.com/c/OiFuturo

Data: 16 de outubro, sábado

Hora: 16h



TEMPORADA ONLINE

O espetáculo será exibido no Centro Cultural Oi Futuro e no Youtube do Oi Futuro

Data: 17 de outubro a 21 de novembro, sábado e domingo



Oi Futuro – Rua Dois de Dezembro, 63 - Flamengo

Hora: 14h e 16h

Agendamento: https://oifuturo.org.br/



Youtube Oi Futuro - https://www.youtube.com/c/OiFuturo

Hora: 16h

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